
Foto: Emerson Santos/Ascom SEC-BA
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) confirmou que a
Portaria nº 190/2024, da Secretaria da Educação do Estado (SEC-BA), apresenta
falhas técnicas e está sob investigação por possível violação ao direito à
educação dos estudantes da rede estadual. A investigação se iniciou após
denúncia apresentada pelo vereador Claudio Tinoco (União Brasil).
A apuração ocorre no âmbito do Inquérito Civil nº
003.9.53593/2024, instaurado após questionamentos enviados por Tinoco em
fevereiro deste ano. O vereador denunciou a possível adoção de uma política de
aprovação automática e a supressão da autonomia dos Conselhos de Classe nas
decisões pedagógicas.
Em resposta oficial encaminhada pela Promotoria de Justiça de
Educação da Capital, o MP informou que já reuniu documentos, realizou
audiências com representantes da SEC, do Conselho Estadual de Educação (CEE) e
da APLB, além de solicitar pareceres técnicos ao corpo pedagógico do Estado. O
relatório produzido indica que há inconsistências na portaria e que ajustes
estão em discussão.
"O Ministério Público confirmou que a portaria tem problemas e nos
convidou para uma reunião. Vamos continuar cobrando de perto e esperamos ações
efetivas do Governo do Estado", contou o vereador.
Entre os principais pontos questionados pelo MP está a
necessidade de esclarecimentos sobre o Regime de Progressão Parcial e sobre a
redação do artigo 20 da portaria, considerada ambígua. O parecer também alerta
para o risco de flexibilização excessiva nos critérios de avaliação, com a
possibilidade de liberação de componentes curriculares ainda na primeira
unidade letiva, que tem caráter apenas diagnóstico.
O Ministério Público também destacou a falta de clareza no
uso da plataforma Plural, a ausência de controle de frequência durante o
período de progressão parcial e possíveis prejuízos na regularização da vida
escolar dos alunos.
O MP-BA informou ainda que o vereador será convidado para
participar de uma reunião técnica com a Secretaria de Educação nas próximas
semanas. A audiência deve servir para discutir mudanças na portaria e garantir
mais transparência e responsabilidade no processo educacional da rede estadual.
Por Bahia Notícias