Uma audiência pública foi realizada na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, em Brasília, com foco nas invasões de propriedades rurais no estado da Bahia. O encontro reuniu parlamentares, lideranças do setor agropecuário e representantes de entidades civis para discutir os impactos das ocupações em diversas regiões do estado, com atenção especial para o extremo sul baiano e Chapada Diamantina.

A audiência foi requerida pelos deputados federais Roberta Roma (PL-BA) e Evair de Melo (PP). Estiveram presentes o deputado federal Léo Prates (PDT-BA), o ex-ministro João Roma (PL), Humberto Miranda, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB), e Carlos Bahia, advogado da mesma entidade.

Marquinhos do Leite, presidente da Unagro Chapada e vice-presidente da Unagro Bahia, participou do debate e destacou situações vividas no território chapadeiro e no Piemonte do Paraguaçu, mencionando o município de Itaberaba e Santa Teresinha. Segundo ele, as ocorrências na região diferem das do extremo sul, onde, conforme relatado, “haveria atuação de supostos falsos indígenas, além da presença de milícias e do tráfico”.

“Viemos apoiar o pessoal do extremo sul e também relatar o que acontece na Chapada Diamantina. Os contextos são distintos, mas todos preocupantes. Lá no extremo sul há relatos de espancamentos, tortura, disparos de arma de fogo e mortes”, afirma Marquinhos.

A audiência teve também a colaboração da Agronex, com representação de Mateus Bonfim, que levou depoimentos de produtores afetados. Durante a sessão, foram registrados diversos relatos de violência, tensão no campo e insegurança jurídica, preocupações recorrentes entre os produtores rurais.

A sessão contou com a presença de diversas entidades do setor, como FAEB, Agroindígena, Instituto Democracia e Liberdade, Agro Pujante e Unagro Chapada. Um dos encaminhamentos foi a apresentação de um requerimento solicitando que a Comissão de Agricultura realize uma visita ao extremo sul da Bahia. O objetivo é verificar de perto as denúncias de comercialização ilegal de terrenos e arrendamentos dentro de áreas indígenas e de áreas invadidas por um mesmo grupo.

Jornal da Chapada