
Jaques
Wagner, senador, e Rui Costa, ministro da Casa Civil Crédito:
Divulgação
O ministro
da Casa Civil, Rui Costa, e o senador Jaques Wagner, ambos do PT, reacenderam a
tensão na base aliada ao confirmarem, nesta segunda-feira (26), que pretendem
disputar as duas vagas ao Senado nas eleições de 2026. A declaração pública dos
dois ex-governadores ameaça diretamente o projeto de reeleição do senador
Angelo Coronel (PSD) e coloca em xeque, mais uma vez, a unidade da frente
governista na Bahia.
Em
entrevista à rádio Metrópole, o apresentador Mário Kertész perguntou se a
candidatura da dupla estava acertada. Wagner respondeu: “Combinado”. Rui Costa
completou: “Isso, Mário”. As falas vieram em reação a uma matéria do Bahia
Notícias, que havia noticiado a possibilidade de Wagner abrir mão da
candidatura para preservar o espaço de Coronel e manter a coesão da base.
Recuo
petista
Na
sexta-feira (23), durante um evento ao lado de Rui Costa e do governador
Jerônimo Rodrigues (PT), Wagner havia sinalizado que poderia não disputar a
reeleição. “Acho que as pessoas têm que aguardar um pouco. Eu falei de uma
hipótese (de não disputar a reeleição)”, disse, na ocasião.
Dois dias
depois, o portal Metrópoles reforçou a possibilidade de Wagner ceder sua vaga
para garantir o apoio do PSD à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT). Diante da repercussão, o senador voltou atrás e, em nova entrevista
à Metrópole, foi direto: “Sou candidatíssimo à reeleição em 2026”.
A
movimentação irritou o senador Angelo Coronel, que já vinha demonstrando
desconforto com a possibilidade de ser excluído da chapa majoritária. Em
entrevista à Rádio 95 FM, de Jequié, ele fez duras críticas à postura do PT e
comparou os petistas, de forma polêmica, ao regime nazista:
“Antigamente,
os alemães, os nazistas, Hitler queria sempre manter uma raça pura. Sem nenhuma
conotação ao extremo passado, mas inadmissível o PT, de quatro (vagas na chapa
majoritária), ele querer três. E, se o MDB se abrir, ele quer fazer até quatro
cargos da chapa. Isso é inadmissível. A política é aliança. É a arte de somar e
ninguém pense que a situação está assim essa cola-cola, essa bondade toda para
ter essa potência de querer achar que pode fazer uma chapa completa só com um
partido”, afirmou Coronel.
Presidente
do PSD na Bahia, o senador Otto Alencar também se manifestou contra a hegemonia
petista na composição da chapa. Em entrevista à rádio BandNews Salvador, ele
alertou que a estratégia pode se voltar contra o grupo nas urnas.
“O
puro-sangue, às vezes, cansa. Tem um ditado no interior que diz: ‘Não há pedra
maior nem mais brilhante que o diamante, nem metal tão querido quanto o ouro,
nem tristeza maior que o choro. Não existe acusado sem defesa, nem pecado maior
que a avareza’”.