
Pedagogia,
Administração e Enfermagem são os cursos com mais matrículas a distância Crédito:
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Instituições
de ensino que oferecem a modalidade de Educação a Distância (EaD) precisarão se
adaptar depois do anúncio da regulamentação da Nova Política de Educação a
Distância nesta segunda-feira (19).
Entre outras
medidas, a lei proíbe cursos 100% presenciais e determina que as graduações em
Direito, Medicina, Enfermagem, Odontologia e Psicologia só poderão ser
ofertadas no formato presencial.
Os demais
cursos devem ser oferecidos na modalidade semipresencial: com 30% da carga
horária em atividades presenciais físicas (estágio, extensão, práticas
laboratoriais) e, pelo menos, 20% em atividades presenciais ou síncronas
mediadas.
Estudantes
já matriculados em cursos EaD poderão concluí-los no formato previsto a partir
do ato da matrícula, estão previstos dois anos para que as instituições se
adequem às novas regras.
Segundo
dados do Mapa do Ensino Superior do Brasil, em 2023, na Bahia, 47% dos
estudantes do ensino superior estavam matriculados em cursos na modalidade EaD.
São 230.106 neste formato, contra 259.283 na modalidade presencial, ou seja,
53% das matrículas.
Entre 2020 e
2023, o número de ingressantes no formato EaD cresceu 47,4%, enquanto o aumento
percentual no mesmo período para os cursos presenciais cresceu menos de 1%.
Além disso,
dos 63,5 mil estudantes que concluíram uma graduação em 2023, pouco menos de 28
mil fizeram a distância. Entre os cursos apontados como mais procurados na
modalidade estão Pedagogia, Administração e Enfermagem, com 72.794
matriculados.
Janguiê
Diniz, diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino
Superior (ABMES), aponta que o conjunto de exigências pode pressionar as
instituições a aumentarem as mensalidades, retirando do EAD os principais
diferenciais de acesso amplo e de baixo custo.
Além disso,
é preciso que o MEC se empenhe no monitoramento das instituições de ensino para
garantir o objetivo principal do novo marco regulatório: aumentar a qualidade
do ensino a distância.
"Mudar
as normas, por mais significativa que seja, não garante qualidade de ensino. O
trabalho efetivo de avaliação dos polos e da supervisão é que pode vir a gerar
uma oferta sólida e eficaz", conclui Janguiê.
O que
mais muda com o decreto?
Além disso,
o texto estabelece algumas outras mudanças. Nenhum curso poderá ser 100% a
distância. Nos formatos à distância, pelo menos 20% da carga horária deverá ser
cumprida presencialmente ou por atividades assíncronas. As provas devem ser
presenciais.
O decreto
cria uma nova modalidade: a semipresencial. Entram na categoria os cursos que
tiverem obrigatoriamente, além da parte on-line, atividades presenciais
físicas, como estágio, extensão ou práticas laboratoriais.
Os polos de
EAD, que são espaços oferecidos pelas universidades fora do campus principal,
precisarão seguir determinados critérios técnicos, com uma estrutura mínima
oferecida aos estudantes (em termos de tecnologia e de disponibilidade de
laboratórios, por exemplo).
Por Correio24horas