
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de
Moraes concedeu nesta semana prisão domiciliar ao ex-presidente da República
Fernando Collor de Mello, atualmente detido em Alagoas. A decisão foi
fundamentada em laudos médicos que apontam o diagnóstico de Parkinson, além de
outras comorbidades, como transtorno bipolar e privação crônica do sono.
De acordo com o G1, Collor foi condenado em 2023 a 8 anos e
10 meses de reclusão em regime fechado por corrupção passiva e outros crimes
investigados no âmbito de desvios na BR Distribuidora. Desde então, vinha
apresentando recursos judiciais, todos rejeitados pela maioria dos ministros do
STF. Na última sexta-feira, Moraes determinou o trânsito em julgado da sentença
e o início do cumprimento da pena.
De acordo com a decisão, mais de 130 exames apresentados pela
defesa confirmaram não apenas o diagnóstico da doença neurodegenerativa desde
2019, como também o acompanhamento clínico contínuo nos anos seguintes. Diante
do quadro, Moraes autorizou a substituição da prisão em regime fechado por
reclusão domiciliar, com base em princípios de dignidade e garantias
fundamentais.
“A sua grave situação de saúde, amplamente comprovada nos
autos, sua idade – 75 anos – e a necessidade de tratamento específico admitem a
concessão de prisão domiciliar humanitária”, escreveu o ministro em sua
decisão.
O regime domiciliar será monitorado por tornozeleira
eletrônica e terá restrições, como a limitação de visitas apenas a advogados e
a suspensão dos passaportes, impedindo qualquer saída do país.
A defesa de Collor chegou a pleitear a prescrição da pena,
alegação rejeitada por Moraes. Segundo o ministro, a tese já havia sido
afastada pelo plenário do STF em decisões anteriores e reafirmada em recente
julgamento.
O ex-presidente está detido em cela especial no estado de
Alagoas e passará agora a cumprir a pena em casa, sob as novas condições
determinadas pelo Supremo.
Por Bahia Notícias