Os 45 anos de escravidão vividos por Madalena Santiago Silva, hoje com 62 anos, começaram a ser compensados a partir de decisão que garantiu bloqueio de bens no valor de R$ 1 milhão e pagamento de um salário mínimo para ela, enquanto a ação principal tramita na Justiça do Trabalho.

O caso de Madalena chocou pelo grau de humilhação a que a ex-empregada doméstica foi submetida. Sem nunca ter recebido salários e sem qualquer pagamento, foi expulsa há um ano pela filha dos patrões da casa em que morou para passar viver à própria sorte.

A vítima denunciou o trabalho análogo à escravidão após ser aconselhada por conhecidos. O caso foi investigado e, no início de abril, o MPT ingressou com a ação cautelar. 

No pedido, a procuradora Lys Sobral, coordenadora nacional de combate ao trabalho escravo do MPT, pediu que fossem bloqueados bens no valor de R$1 milhão para garantia das verbas rescisórias e dos danos morais que serão pedidos na ação principal. 

A juíza titular da 2ª vara do Trabalho de Salvador, Vivianne Tanure Mateus, acolheu integralmente os argumentos e determinou o pagamento de um salário mínimo até o julgamento da ação principal e o bloqueio dos bens.