Foto: José Cruz / Agência Brasil
O mercado financeiro reduziu novamente sua previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, para este ano. A estimativa para o índice caiu de 4,45% para 4,43%, de acordo com o mais recente Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (1º) pelo Banco Central (BC).
A redução, a terceira consecutiva, aproxima a projeção do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual (limite superior de 4,5%).
A revisão das expectativas se deve, em grande parte, ao resultado da inflação de outubro, que foi a menor para o mês em quase 30 anos. O IPCA de outubro fechou em 0,09%, puxado pela redução na conta de luz, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Em setembro, o índice havia sido de 0,48%.
Com o resultado de outubro, a inflação acumulada em 12 meses recuou para 4,68%, ficando pela primeira vez em oito meses abaixo do patamar de 5%. Contudo, este índice ainda permanece acima do teto de 4,5% da meta oficial do CMN.
Para os próximos anos, as projeções do mercado são de queda gradual inflação esperada varia de 4,18% para 4,17%, em 2026, previsão mantida em 3,8% para 2027, previsão mantida em 3,5%, 2028.
Apesar do recuo da inflação, o mercado não espera um alívio nos juros básicos de curto prazo. A Taxa Selic, principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, está fixada em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
O Copom optou por manter a Selic inalterada pela terceira vez consecutiva em sua última reunião. A decisão reflete a preocupação com a inflação, que o BC reconhece que "continua acima da meta", e com o ambiente externo incerto, especialmente devido à política econômica nos Estados Unidos. A estimativa dos analistas é que a Selic encerre 2025 em 15% ao ano, indicando que os juros permanecerão altos por um período prolongado.
Quando o Copom eleva a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que encarece o crédito e estimula a poupança, desacelerando a economia e, consequentemente, a inflação. Por outro lado, a redução da taxa torna o crédito mais barato, incentivando o consumo e a atividade econômica, mas exige cautela para não descontrolar a inflação.
O BC, por meio de nota, destacou que, mesmo com a desaceleração da atividade econômica no Brasil, a inflação acima da meta justifica a manutenção dos juros em patamares elevados.
Por Bahia Notícias
