Foto: Marcelo Camargo /
Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PTsugeriu nesta terça-feira (3que o país deveria fazer um corte
"na desoneração" para ajustar o Orçamento deste ano. Durante
entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o presidente usou a palavra desoneração
no singular, sem especificar o tipo de incentivo a que se referia.
Lula mencionou benefícios
concedidos a empresas, com cortes de encargos como impostos e outros tributos.
Ele declarou que o governo perde R$ 800 bilhões em arrecadação com benefícios
fiscais.
Há diversos incentivos
tributários no país, dentre os quais está a desoneração da folha de pagamentos
para 17 setores e municípios, que foi prorrogada e tem prazo para terminar em
31 de dezembro de 2027.
No início da entrevista, o
presidente citou a perda de arrecadação com a desoneração da folha de
pagamentos, sem a compensação necessária, como causa da alta do IOF anunciada
pelo ministro Fernando Haddad (Fazendana semana retrasada.
"Agora o governo fica se
matando para a cortar R$ 30 bilhões do Orçamento? Esse dinheiro poderia ser
retirado da desoneração, desses R$ 800 bilhões. Acontece que as pessoas acham
que é um direito adquirido."
Nesse contexto, o presidente
fez comentários sobre a qualidade de vida de uma classe a qual se referiu como
"deserdada" e disse que pretendia trazer o povo para o "andar de
cima", contexto em que relembrou uma conversa com o jornalista Octavio
Frias de Oliveira, publisher da Folha de S.Paulo, morto em 2007.
"[É] o que o velho
Octavio Frias chamava de 'o andar de baixo'. Ele dizia: 'Lula, você não vai
chegar no andar de cima porque eles não vão deixar'. Eu cheguei, mas eu não
quero sozinho ter chegado ao andar de cima, quero trazer o povo para o andar de
cima, então temos que discutir com leveza, muita seriedade", afirmou.
Lula defendeu a revisão das
desonerações ao ser questionado sobre o pedido do presidente da Câmara, Hugo
Motta (Republicanos-PB), de que o governo recue imediatamente da alta do IOF
(Imposto sobre Operações Financeirasnas chamadas operações de risco sacado. A
taxação começou a valer no dia 1º de junho e sofre forte resistência do
empresariado nacional.
Na resposta, Lula desconversou
sobre o pedido e disse que iria falar com a cúpula do Congresso e lideranças
dos partidos. O presidente deu a entender que não sabia do que se tratava as
operações de risco sacado.
Nesse tipo de operação, o
fornecedor antecipa o valor que tem a receber. A empresa que compra (o
"sacado"assume a responsabilidade de pagar o valor ao banco no
prazo combinado. O risco sacado é uma alternativa para empresas que querem
facilitar o pagamento aos fornecedores e também para os fornecedores que
precisam de dinheiro mais rápido.
Por Bahia Notícias