
Foto: Agência Brasil
O plano de ressarcimento dos valores descontados
indevidamente de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) deve ser apresentado até a próxima semana, segundo o novo
presidente da autarquia, Gilberto Waller Júnior.
"Pela pressa e pela agilidade que o presidente da
República nos deu, creio que todo o plano possa sair nessa ou na próxima
semana", afirmou Waller Júnior em entrevista à GloboNews na manhã desta
segunda-feira (5).
Durante a entrevista, o ministro destacou que o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que a devolução dos valores seja
feita "o mais rápido possível". Atualmente, o projeto está em fase de
discussão interna com a Casa Civil e envolve a participação de órgãos como STF
(Supremo Tribunal Federal), CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e MPF
(Ministério Público Federal).
Waller Júnior também alertou os segurados sobre possíveis
golpes relacionados à devolução dos valores. "Quando for lançado o
programa de ressarcimento todos serão avisados e a forma de você ser ressarcido
serão divulgada nos canais oficiais do INSS", disse.
O ministro afirmou ainda que o processo de devolução será
feito sem burocracia e sem custo adicional para os beneficiários.
O procurador Gilberto Waller Júnior foi nomeado presidente do
INSS na última quarta-feira (30), em substituição a Alessandro Stefanutto, que
deixou o cargo após o escândalo dos descontos irregulares nos benefícios.
Carlos Lupi, que até então ocupava o cargo de ministro da
Previdência Social, também pediu demissão em meio à crise. Em suas redes
sociais, Lupi afirmou que tomou essa decisão com a certeza de que seu nome não
foi citado nas investigações em curso.
O ex-deputado federal Wolney Queiroz (PDT-PE), atual
secretário-executivo da Previdência, foi empossado como novo ministro na última
sexta-feira (2).
ENTENDA A FRAUDE
Uma investigação feita pela Polícia Federal e pela CGU
(Controladoria-Geral da União) sobre possíveis fraudes em descontos de
aposentadorias e pensões do INSS suspeita de desvio de dinheiro, envolvimento
de servidores, adesões de aposentados sem consentimento e falsificação de
assinaturas.
Segundo a auditoria, sindicatos e associações cadastravam
indevidamente aposentados e pensionistas e passavam a aplicar descontos em seus
benefícios diretamente da folha de pagamentos.
Entre 2019 e 2024, a soma dos valores descontados de
benefícios do INSS chega a R$ 6,3 bilhões, mas ainda será apurado qual
porcentagem é ilegal, segundo a Polícia Federal.
No total, 11 associações e entidades estão sendo investigadas
na operação Sem Desconto. No momento, todos os descontos estão suspensos e os
segurados não precisam solicitar o cancelamento. Também não é necessário ir até
uma agência do INSS para fazer esse pedido.
Por Bahia
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