
Foto: Reprodução / Instagram (@b.henrique)
A Polícia Federal indiciou o atacante Bruno Henrique, do
Flamengo, por suposta manipulação de resultado durante partida contra o Santos,
válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2023. O jogador teria
forçado um cartão amarelo para beneficiar apostadores. A informação foi
veiculada inicialmente pelo site "Metrópoles".
Além do atleta, foram indiciados seu irmão, Wander Nunes
Pinto Júnior, a esposa de Wander, Ludymilla Araújo Lima, e a prima do jogador,
Poliana Ester Nunes Cardoso. Todos teriam realizado apostas. Outro grupo de
seis pessoas, identificado como amigos de Wander, também foi indiciado.
Bruno Henrique e o irmão respondem com base no artigo 200 da
Lei Geral do Esporte, que trata de fraudes em competições, com pena prevista de
dois a seis anos de prisão. Eles também são investigados por estelionato, crime
com pena de um a cinco anos de reclusão.
A investigação teve início em agosto de 2023, após casas de
apostas identificarem movimentações incomuns no mercado de cartões da partida
entre Flamengo e Santos, disputada em Brasília. Segundo os dados repassados à
PF, até 98% das apostas em cartões naquele jogo foram direcionadas
exclusivamente a Bruno Henrique.
Durante a partida, o atacante recebeu cartão amarelo nos
acréscimos do segundo tempo por falta em Soteldo. Na sequência, foi expulso
após reclamação com a arbitragem.
Mensagens obtidas pela PF nos celulares apreendidos em
novembro do ano passado apontam diálogo entre Bruno Henrique e Wander. Em uma
das conversas, o irmão pergunta quando o jogador levaria o terceiro cartão
amarelo, ao que Bruno responde: “Contra o Santos”.
A operação de busca e apreensão incluiu endereços ligados ao
atleta, inclusive o centro de treinamento do Flamengo. O clube, no entanto,
optou por manter o jogador à disposição da equipe.
Após a conquista da Copa do Brasil de 2023, Bruno Henrique se
manifestou sobre o caso:
“Minha vida e a minha trajetória, desde que comecei a jogar
futebol, nunca foram fáceis. Mas Deus sempre esteve comigo. Estou tranquilo em
relação a isso, junto com meus advogados, empresários e pessoas que estão nessa
batalha comigo. Peço que a justiça seja feita”, disse o atacante.
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) avaliou a
situação ainda em 2023, mas não instaurou inquérito. De acordo com o órgão, não
havia elementos suficientes que indicassem benefício financeiro ao jogador.
“A Procuradoria considerou que o alerta não apontou nenhum
indício de proveito econômico do atleta, uma vez que os eventuais lucros das
apostas reportados no alerta seriam ínfimos, quando comparados ao salário
mensal do jogador”, informou o tribunal em nota.
O relatório da Polícia Federal será encaminhado ao Ministério
Público do Distrito Federal, que definirá se apresentará denúncia formal contra
os envolvidos. A reportagem do site ge.globo procurou a assessoria de Bruno
Henrique, mas a equipe informou que ele não irá se pronunciar. por enquanto.
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Por Bahia Notícias