Antena 5G na Boca do Rio Crédito: Ana Lucia
Albuquerque/CORREIO
As longas horas de espera em centros médicos e os
minutos entre as estações de embarque e desembarque no metrô costumam ser mais
toleráveis quando o sinal de internet coopera e facilita o deslize constante na
tela do celular. Desde que a cobertura 5G – quinta geração de internet móvel,
com maior velocidade e múltipla conectividade – começou a ser implementada na
Bahia, em agosto de 2022, essa conexão ficou ainda mais rápida em Salvador e
Região Metropolitana, que lideram o índice de área coberta. No entanto, essa
realidade não se estende para o resto do estado: dos 417 municípios baianos,
apenas 37 têm sinal 5G, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel).
Entre as grandes operadoras, a cobertura é ainda
menor e se limita a 18 cidades do estado, sendo elas: Alagoinhas, Camaçari,
Candeias, Dias D’Ávila, Feira de Santana, Ilhéus, Itabuna, Itacaré, Juazeiro,
Lauro de Freitas, Luís Eduardo Magalhães, Mata de São João, Porto Seguro,
Salvador, Santo Antônio de Jesus, São Francisco do Conde, Simões Filho e
Vitória da Conquista.
Na Bahia, a TIM está presente em 16 municípios dos
18 citados acima, sendo exceções Vitória da Conquista e Juazeiro. Pela
operadora, somente Salvador conta com 100% de cobertura em todos os bairros,
que dispõem de 244 estações com tecnologia 5G ativa, responsáveis por 28% do
tráfego total de dados na cidade. Para Bruno Talento, diretor da TIM Nordeste,
o que se apresenta como desafio à expansão dessa cobertura para outras cidades
são as condições de instalação.
“Os desafios estão baseados, em primeiro lugar, na
liberação da Anatel. Nós estamos cumprindo a implementação nas cidades à medida
que a Anatel libera as frequências e seguimos o cronograma, que define
prioridade para as capitais, depois cidades de 500 mil e 300 mil habitantes,
respectivamente. Em segundo lugar, estão as condições de infraestrutura, que
ainda precisam ser criadas”, afirma.
Bruno Talento aponta que o sucesso da ativação da
conexão 5G em todos os bairros de Salvador se deve muito à legislação. “Onde
temos uma legislação amiga e moderna, esse processo [de implementação do sinal]
avança numa velocidade maior. Salvador tem uma legislação municipal muito
moderna, por isso que pudemos avançar”, reitera.
A Vivo tem cobertura 5G em oito cidades da Bahia:
Salvador, Camaçari, Feira de Santana, Itabuna, Juazeiro, Lauro de Freitas,
Porto Seguro e Vitória da Conquista. Na capital baiana, mais de 90 bairros
também já contam com a tecnologia e a expectativa da empresa é de crescimento.
“A expansão da rede 5G para outras regiões é gradual e evolui de acordo com
capacidades técnicas, demanda e autorizações para instalações de antenas. Para
acessar o 5G, é preciso possuir um aparelho compatível e estar dentro da área de
cobertura, sem tarifação extra pelo acesso”, diz em nota.
Já a Claro tem a rede 5G+ em sete municípios
baianos: Salvador, Vitória da Conquista, Lauro de Freitas, Juazeiro, Itabuna,
Feira de Santana e Camaçari. “As ativações de novas cidades seguem as
determinações da Anatel e autoridades responsáveis, e são realizadas de acordo
com um planejamento estratégico, que leva em consideração o cenário mais
adequado para a região e a possibilidade de ofertar a melhor experiência
possível aos clientes. A Claro destaca a importância do estado baiano e seguirá
investindo na ampliação da sua rede 5G na região”, pontua a operadora por meio
de nota.
De acordo com o edital da Anatel, há previsão de
instalação de antenas 5G numa proporção de uma para cada 30 mil habitantes em
todo o país até o final do ano. Até 2029, a expectativa é fazer a cobertura
chegar nas cidades acima de 30 mil habitantes. Para Ageu Guerra, engenheiro de
telecomunicações e gerente de Engenharia da TIM Nordeste, o principal obstáculo
a essa meta é a liberação do espectro – também chamado de faixa de frequência.
“O espectro é a faixa de frequência, que é
invisível, e é como a estação de rádio, que o 5G utiliza numa frequência que
antes eram utilizadas pelas TVs satélites. Então, a Anatel vem fazendo a
mitigação [diminuição] da interferência e colocando filtros para poder liberar
faixas de frequência para o uso do 5G nas cidades. Isso leva um tempo e as
operadoras têm um cronograma de instalação de novas antenas, que são adicionais
àquelas do 4G e que também levam tempo”, finaliza.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro
Por Correio24horas