Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Em 2021, último ano em que a
Refinaria Landulpho Alves (RLAM), hoje Refinaria fde Mataripe, ainda era
administrada pela Petrobras, a Bahia ocupava a terceira posição no ranking de
preços de GLP mais baixos do país. No entanto, em 2024, a situação mudou dramaticamente.
O estado caiu 17 posições e agora ocupa o 9º lugar entre os estados com o valor
do gás de cozinha mais caro do Brasil.
A principal causa desta alta
acentuada é a diferença de preços praticada pela Acelen, que controla a antiga
RLAM, em comparação com os valores que anteriormente eram oferecidos pela
Petrobras.
O economista da Associação dos
Engenheiros da Petrobras, Núcleo Bahia (AEPET-BA), Eric Gil Dantas, lembra que
de janeiro a maio deste ano, o preço do GLP vendido pela Refinaria de Mataripe
foi, em média, 36,4% mais caro do que o praticado pela Petrobras. “A diferença
ainda se manteve significativa, em maio, com o gás de cozinha sendo vendido 28%
mais caro pela refinaria privada”, afirma ele.
Até abril, a Bahia teve o quarto
reajuste do gás de cozinha, sendo três aplicados pela Acelen. O aumento, elevou
o preço do botijão ao consumidor entre R$ 5 e R$ 7. Com essa mudança, o valor
do botijão ultrapassa os R$140,00.
A situação no
estado exemplifica os desafios e repercussões da privatização de serviços
essenciais, levantando um debate sobre os benefícios e desvantagens de tais
políticas. Enquanto a privatização visava aumentar a eficiência e
competitividade, os dados mostram que, no caso do GLP, os consumidores têm
sentido um peso maior no bolso, o que pode levar a uma revisão das políticas de
privatização no setor energético brasileiro. O mesmo ocorre com a gasolina e o
diesel, mas com menor intensidade.
A RLAM foi vendida para o fundo árabe Mubadala
em dezembro de 2021. A venda foi feita por R$1,65 bilhão
de dólares, cerca de R$ 8,25 bilhões à época. Segundo avaliações do Instituto
de Estudos Estratégicos de Petróleo (Ineep), ela valia pelo menos o dobro
disso.
O presidente da AEPET-BA, Marcos André dos Santos, defende
a volta da Refinaria Mataripe para a gestão da Petrobras “como solução do fim
da política de preços, aplicada pela Acelen, que leva em conta o valor do dólar
e do barril de petróleo no mercado internacional, política essa que já foi
extinta pela Petrobras”, disse ele. Com a reestatização da RLAM, ele acredita
que a gasolina, diesel e gás de cozinha terão preços mais justos para os
consumidores.
Por Bahia
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