Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados aprovou a noite desta terça-feira (11) o projeto
de lei 914/24, de autoria do governo federal, do Programa Mobilidade Verde e
Inovação (Mover). Os deputados votaram o projeto com a inclusão da emenda
aprovada no Senado para a criação da taxação de produtos importados até US$ 50.
As emendas aprovadas no Senado foram aprovadas com 380 votos sim e apenas 26
votos não.
A polêmica “taxa das blusinhas” foi inserida no PL 914/24 durante o
início da tramitação da proposta, na Câmara, pelo relator, deputado Átila Lira
(PP-PI). Inicialmente o relator tentou aprovar uma taxa de 60% sobre as compras
internacionais. Após duas semanas de discussões entre governo e Congresso, a
Câmara aprovou a emenda com taxa de 20%.
Já no Senado, o relator do projeto, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), retirou
do texto do projeto a emenda da “taxa das blusinhas”. Entretanto, por meio de
uma emenda apresentada pelos senadores Jaques Wagner (PT-BA), Otto Alencar
(PSD-BA), Eduardo Braga (MDB-AM) e Beto Faro (PT-PA), o Senado recolocou a
cobrança no projeto.
De volta à Câmara, os deputados chancelaram a emenda do Senado, e
aprovaram em definitivo a “taxa das blusinhas”. A partir da sanção
presidencial, os compradores de produtos online terão que pagar mais 20% para a
importação de mercadorias até US$ 50. Acima desse valor e até US$ 3 mil (cerca
de R$ 16 mil) o imposto será de 60%, com desconto de US$ 20 do tributo a pagar
(em torno de R$ 110,00).
O foco principal do projeto, o Programa Mover, não chegou a ser votado
na Câmara, já que tinha sido aprovado da mesma forma pelos senadores. O
programa do governo federal busca estimular e incentivar a indústria de
automóveis sustentáveis. Os incentivos, segundo o governo, estão orçados em R$
3,5 bilhões para 2024 e somam R$ 19,3 bilhões em cinco anos.
A medida, que é iniciativa principalmente do vice-presidente Geraldo
Alckmin, abre a expectativa de que o Brasil possa passar a produzir, por
exemplo, os componentes de veículos elétricos, hoje importados. O programa
incentiva a descarbonização da indústria de veículos, inclui limites mínimos de
reciclagem na fabricação e cobra menos imposto de quem polui menos, criando o
IPI Verde. Além disso, a proposta tem como objetivo aumentar os investimentos
em eficiência energética.
A proposta da criação do Mover também define a criação de um imposto
"verde" sobre produtos industrializados que poderá elevar ou
reduzir a alíquota do tributo sobre o veículo com base em seu impacto
ambiental.
No relatório votado na noite desta terça, os deputados acataram as
mudanças feitas por senadores no texto, como a retirada do chamado “jabuti” da
criação de regras para a exigência de uso de conteúdo local na exploração e
escoamento de petróleo e gás. O texto retirado do projeto pelo Senado
estipulava multas pelo descumprimento dos percentuais.
Por Bahia
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