Foto: Reprodução Redes Sociais
Após o Brasil registrar em 2023, cerca de
80.012 novos casos de tuberculose, o levantamento sobre a
doença na Bahia mostrou que houve uma queda no mesmo período. Segundo o estudo
da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), acessado pela reportagem do
Bahia Notícias, o estado notificou 4.657 casos da doença no ano passado.
O número foi inferior aos 4.883 obtidos no ano de 2022, período em que o
estado registrou uma alta na decorrência de tuberculose. Neste mesmo ano foi
registrado também um aumento no número de mortes. De acordo com os dados, em
2022 foram 413 mortes por tuberculose em todo o estado.
Já em 2023, foram registrados 372 óbitos pela enfermidade, uma queda
comparada ao ano anterior.
A taxa de mortalidade também diminuiu. No ano passado, a taxa alcançou
2,5. Número inferior ao 2,8 obtido no ano retrasado. Já a taxa de
incidência por 100.000 habitantes em 2022 foi de 30,9% contra 29,7% em
2023.
De acordo com a médica pneumologista do Programa Estadual de Tuberculose
da Bahia, Lívia Fonseca, o crescimento nas notificações por tuberculose no ano
retrasado aconteceram em decorrência da volta dos registros pela doença, que
tinham sido paralisados nos períodos anteriores.
“Em 2022 com a retomada real das ações, a gente começa a ter um
incentivo maior para o diagnóstico e para a notificação. Então aqueles casos
que estavam negligenciados sem notificação agora passam a ser notificados e tem
aquela impressão de que a gente tem uma incidência maior do que a anterior.
Porém, na verdade, não é porque tem uma incidência maior, mas sim porque a
gente agora tem a identificação de casos que são registrados e que vão aos
nossos bancos de dados para o reconhecimento”, explicou Fonseca.
“Então essa retomada da notificação é que faz com que uma aparente
incidência maior a gente tenha naquele período. E aí depois a gente volta a ter
uma redução que normatiza o processo de notificações meio que equivalente ao
que a gente tinha antes de 2022”, comentou a especialista.
PERÍODO DA PANDEMIA
Os dados da Sesab mostraram que houve também um aumento nos casos de
tuberculose na Bahia no período da pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2021. No
primeiro ano de pandemia, foram 3899 casos da doença e em 2021 foram 4.408
situações pela doença.
As mortes pela doença também aumentaram entre 2020 e 2021. O
primeiro ano notificou 327 óbitos, enquanto 2021 obteve 381, com taxas de 2,2 e
2,6 respectivamente.
A pneumologista comentou que os números foram maiores durante a pandemia
por conta da população procurar assistência médica em decorrência da Covid-19.
A especialista pontuou que as cidades das macrorregiões leste, sul e extremo
sul da Bahia estão entre as mais acometidas pela doença.
“Neste processo de pandemia foi muito mais pensado um caráter de uma
notificação reduzida por conta da procura menor dos indivíduos as unidades de
saúde com a sintomatologia. Alguns começaram esses sintomas que são comuns na
tuberculose, tosse, febre, dificuldade às vezes para respirar, emagrecimento;
essas pessoas naquele momento observavam aquilo como uma possibilidade de
estarem acometidas pela Covid-19. Algumas não iam às unidades de saúde, outros
já estavam tratando de tuberculose e pararam de fazer seus tratamentos”, disse
Lívia.
“A gente teve toda uma locação de recursos muito focado na Covid-19.
Alguns casos deixaram de ser tratados e outros deixaram de ser diagnosticados.
Com isso a gente teve inicialmente a redução e depois os indivíduos voltam às
unidades de saúde, voltam para os reconhecimento de doença, aí se identifica a
tuberculose já através dos seus exames específicos, e aí gente começa a ter
mais notificação”, completou a médica.
No ano de 2024, a Bahia já acumula 439 casos e 22 mortes por
tuberculose.
Por Bahia
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