Transplante foi em Hospital do Estado Crédito: Divulgação / Sesab
Depois de cinco meses, a Secretaria da Saúde do
Estado (Sesab) volta a registrar um transplante cardíaco. Nesta sexta-feira
(1º), um paciente de 60 anos, que aguardava há mais de um mês na fila por um
transplante, recebeu um novo coração e uma nova chance de continuar vivendo. O
órgão foi resultante de uma doação de múltiplos órgãos, de um paciente de 54
anos, residente em Irecê, vítima de traumatismo crânio encefálico (TCE).
O órgão foi transplantado no Hospital Ana Nery,
unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) e teve apoio da Casa Militar,
que disponibilizou uma aeronave do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer)
para o transporte. Além do transplante do coração, a doação beneficiou
pacientes que aguardavam por transplante de rim, córnea e fígado.
“Hoje é um dia de muita alegria para todos nós.
Através de uma família que se dispôs a doar, conseguimos salvar uma vida.
Estamos muito felizes com mais um transplante cardíaco e com a possibilidade de
continuar assegurando a realização do procedimento no próprio estado. Esse é o
Sistema Único de Saúde que trabalhamos diariamente para construir”, afirma a
secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana.
O coordenador do Sistema Estadual de Transplantes,
o médico Eraldo Moura, aponta a retomada do transplante cardíaco como um dos
grandes marcos obtidos pelo Estado. "Para pacientes com insuficiência
cardíaca terminal ou outras condições cardíacas graves, o transplante cardíaco
pode ser a única opção para prolongar a vida. Sem o transplante, muitos desses
pacientes enfrentariam uma expectativa de vida muito curta, por isso a
realização desse procedimento na Bahia é um marco que deve ser comemorado",
afirma o coordenador.
Número de transplantes
No ano passado, em todo o Estado, foram realizados
308 transplantes de rim, sendo 22 de doadores vivos; 582 de córneas e 45 de
fígado. A fila de espera para transplante tem 1843 pacientes para rim, 1331
para córnea, 30 para fígado e 3 para transplante cardíaco. Todas as pessoas são
doadoras em potencial, após avaliação médica da história clínica e das doenças
prévias. É possível doar coração, pulmão, fígado, rim, pâncreas, intestino,
córnea, medula óssea, pele, osso, tendão e válvula cardíaca (tecidos).
O coordenador do Sistema Estadual de Transplantes
conta que hoje foram registradas, além da doação em Irecê, mais três doações de
múltiplos órgãos, nos hospitais Couto Maia, Roberto Santos e Barreiras.
Projetos
Aumentar em 50% as notificações de morte encefálica
e reduzir em pelo menos 10% a negativa familiar para doação de órgãos. Essas
são metas citadas pelo médico Eraldo Moura para esse ano. Segundo o médico, a
negativa familiar, que fica em torno de 61%, índice acima da média nacional,
ainda é um dos principais entraves para a efetivação das doações e,
consequentemente, a realização dos transplantes.
O processo de doação de órgãos é iniciado com a
identificação de um potencial doador nas unidades hospitalares. Após criteriosa
etapa de exames e avaliações é efetuado o diagnóstico de morte encefálica.
Confirmada a morte encefálica, os familiares são informados e uma equipe
especializada e treinada presta apoio emocional à família e oferece a
possibilidade de doação de órgãos e tecidos.
Por Correio24horas