Ainda não é possível ter certeza de que três doses de vacina contra Covid-19 neutralizam a variante ômicron do novo coronavírus, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (8). Segundo a entidade, existe a expectativa de ter melhores evidências sobre a eficácia do reforço vacinal nas próximas semanas com o desenvolvimento de novas pesquisas.
 

O anúncio se dá no mesmo dia em que a BioNTech e a Pfizer dissem que três doses de seu produto neutralizaram a nova variante em teste em laboratório. De acordo com as empresas, duas doses resultaram em anticorpos neutralizantes significativamente mais baixos contra a nova cepa, mas uma terceira dose aumentou os anticorpos neutralizantes.
 

A ômicron já foi identificada em 57 países, inclusive no Brasil, segundo novos dados da OMS.
 

A nova cepa acionou o alerta da comunidade internacional por causa do seu grande número de mutações.
 

As mais preocupantes são as 30 presentes na proteína S, que são utilizadas pelo vírus para entrar nas células humanas. É a partir dessas proteínas que as vacinas atuais são produzidas e, por isso, existem suspeitas de que elas poderiam ser menos eficientes contra essa cepa.
 

Além da Pfizer e BioNTech, outras empresas já desenvolvem estudos mirando uma terceira dose dos imunizantes contra a ômicron. A Moderna, por exemplo, planeja produzir uma dose específica para a ômicron, que pode estar pronta em março de 2022.
 

A Sinovac, empresa chinesa que produz a Coronavac, é outra farmacêutica que programa uma versão atualizada da vacina contra a ômicron em até três meses.
 

Mesmo com essas suspeitas, a OMS já ressaltou que os imunizantes disponíveis ainda são de extrema importância para barrar a transmissão do vírus e evitar mortes causadas por Covid-19.
 

Na entrevista desta quarta, todos os especialistas da organização pediram para os países aumentarem suas taxas de vacinação a fim de evitar cenários mais críticos da pandemia.
 

Outros pontos em aberto são a transmissibilidade e a gravidade da variante. Indícios preliminares indicam que ela é mais contagiosa, e Anthony Fauci, respeitado cientista americano, já afirmou que a ômicron pode superar até mesmo o nível de transmissão da delta.
 

No entanto, outros indícios sugerem que a variante não é capaz de gerar casos mais críticos da Covid-19, não tendo um grande impacto no aumento da taxa de mortalidade da enfermidade.
 

Por enquanto, as máscaras de proteção devem ser reforçadas para barrar a transmissão da variante, afirmam especialistas. Em São Paulo, havia planos de flexibilização do uso das máscaras para 11 de dezembro, mas o governo do estado decidiu manter a obrigatoriedade do equipamento em espaços abertos.
 

A OMS também reforçou a importância de evitar aglomerações e aumentar o número de testes e sequenciamentos para haver um melhor acompanhamento da situação da ômicron ao redor do mundo.